Popularmente conhecida como tenossinovite estenosante dos flexores, o dedo em gatilho é decorrente de um edema que afeta os tendões flexores dos dedos. Esse edema afeta a bainha, uma membrana presente nos tendões flexores que ligam as a musculatura do antebraço às extremidades dos ossos das mãos.
Os tendões flexores são responsáveis pelo movimento de flexão dos dedos, e para conseguir realizar a sua função eles precisam passar por túneis. Entretanto, quando há presença de inchaço e aumento de volume, esses tendões não conseguem passar pelo caminho com facilidade, dificultando a realização de alguns movimentos. E é por conta deste problema que é desenvolvida a doença conhecida como dedo em gatilho.
Isso significa que as polias presentes na base do dedo acabam se expressando e apertam o tendão, dificultando o seu deslizamento correto. Essa compressão acaba favorecendo o desenvolvimento do nódulo, causando um bloqueio da mobilidade do dedo.
Quais são os sintomas do dedo em gatilho?
Nos estágios iniciais da doença, o paciente pode sentir um desconforto que afeta a base dos dedos. Além de sentir um nódulo, os pacientes também podem sentir dor ao palpar a região.
Embora os sintomas se apresentem no dedo, é importante observar que a doença ocorre na palma da mão, decorrente da obstrução do tendão. No início da doença ainda pode ser possível destravar o dedo, mas com agravamento o bloqueio pode ser completo.
A maior parte dos casos a doença afeta apenas um dedo, sendo mais comum o polegar e o dedo anelar. Em casos mais específicos a doença também se apresenta em mais de um dedo, sendo mais comum com a presença de alguma outra doença.
Embora não haja uma causa específica, a tenossinovite estenosante pode ser favorecida por alguns fatores de risco, como:
- Mulheres acima de 40 anos ou após a menopausa;
- Artrite reumatoide;
- Diabetes;
- Gota;
- Doenças de tireoide.
Diagnóstico e tratamento para dedo em gatilho
O diagnóstico dessa doença é feito com base na avaliação clínica da mão do paciente.
Na maior parte dos casos é possível observar a presença do nódulo e do bloqueio do dedo com um exame simples a ser realizado no consultório.
Em casos específicos, o médico pode solicitar a realização de um exame de imagem para complementar o diagnóstico, como a ecografia. Esse exame consegue demonstrar com mais clareza possíveis aumentos na espessura dos tendões inflamados, mas não consegue demonstrar o travamento visto que esse problema acontece com a realização de movimentos.
O tratamento dessa condição envolve, inicialmente, um combate à inflamação e redução do volume do tendão. Isso pode ser possível através de infiltrações com cortisona e xilocaína. Entretanto, esse tratamento não consegue resolver o problema em definitivo, e o problema pode retomar após a cessação do efeito do medicamento aplicado.
O maior problema é que não é possível realizar múltiplas infiltrações no mesmo local, visto que a cortisona embora consiga reduzir a inflamação também pode enfraquecer tendões saudáveis. Por esse motivo, nos casos onde a doença se encontra em um estágio mais avançado ou quando o tratamento não obteve bons resultados o médico pode recomendar a realização de uma intervenção cirúrgica. Essa cirurgia é realizada com ajuda de uma anestesia local e tem como principal objetivo liberar o local de compressão do tendão.
Embora a infiltração, aplicação de compressas de gelo, medicamentos orais e a fisioterapia consigam ajudar a reduzir os sintomas, o único tratamento definitivo para o dedo em gatilho é a intervenção cirúrgica. Por esse motivo, é muito importante buscar ajuda de um médico de confiança para conseguir uma avaliação precisa e um tratamento adequado para o seu problema.