Após uma fratura, as estruturas ósseas precisam passar por um processo de consolidação para que a estrutura seja completamente recuperada e a sua funcionalidade seja retomada. A pseudoartrose é a condição médica onde ocorre um erro ou falha na consolidação óssea.
Nesse caso, em vez da junção total dos ossos, é desenvolvido um tecido fibroso entre as extremidades, prejudicando a formação de tecido ósseo. Essa falha pode acontecer por conta de infecções locais, mal posicionamento das extremidades, falta de estabilidade durante a recuperação, entre outros fatores.
O paciente que sofre de pseudoartrose costuma relatar dor local, problemas de movimento, e inchaço na área afetada. Onde há mais gravidade, pode ser notada também instabilidade e deformidade óssea.
Durante o processo de consolidação óssea é muito importante que haja uma circulação sanguínea adequada para que os resultados sejam esperados. Quando isso não acontece, o osso acaba não se unindo da forma esperada, resultando na doença.
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Tipos de pseudoartrose
De acordo com a causa e com os resultados, pseudoartrose pode ser classificada de três formas distintas sendo:
Pseudoartrose hipertrófica
Esse tipo de pseudoartrose ocorreu por conta da falta de estabilidade mecânica. Essa instabilidade faz com que os deslocamentos provocam uma formação óssea adicional.
A má formação óssea pode ser visualizada através de exames de imagem, e é possível realizar a correção através de um procedimento cirúrgico. Essa cirurgia é realizada para aumentar a estabilidade e garantir a consolidação adequada.
Pseudoartrose atrófica
Nesse caso, provavelmente ocorreu um problema biológico durante a consolidação. Isso quer dizer que os fragmentos ósseos acabaram desse vascularizados, seja por conta do trauma ou uma infecção.
Embora um fragmento ósseo desvitalizado consiga se consolidar com um elemento ósseo saudável, se ambas as partes se encontrarem sem vida a consolidação não acontece.
Pseudoartrose sinovial
Nesse tipo de pseudoartrose é desenvolvida uma espécie de falsa articulação, geralmente composta por tecido fibrocartilaginoso. Esse tecido acaba produzindo líquido sinovial, sendo resultado de movimento persistente no local da fratura.
Dessa forma, as principais causas para o desenvolvimento de pseudoartrose São:
- Falta de circulação de sangue na região da fratura;
- Instabilidade;
- Falta de contato entre as extremidades ósseas.
Geralmente, os problemas de recuperação após uma fratura podem estar relacionados com a idade do paciente, tabagismo, nutrição inadequada, consumo de álcool, osteoporose ou problemas de circulação sanguínea.
Como é feito o diagnóstico
Além de avaliar o estado clínico e o histórico do paciente, o médico irá realizar também alguns exames de imagem. Através da radiografia, por exemplo, é possível observar uma linha escurecida entre as extremidades ósseas, além de margem esbranquiçada nessas estruturas.
Essas linhas evidenciam uma possível formação de calo ósseo relacionada com a pseudoartrose.
Esse processo de diagnóstico é fundamental para identificar a causa dos sintomas e favorecer o início imediato do tratamento do paciente.
Como é feito o tratamento?
Por se tratar de uma condição complexa, o tratamento da pseudoartrose pode ser um verdadeiro desafio. Existem na atualidade diversas técnicas cirúrgicas que podem ser aplicadas de acordo com as características da condição e a indicação para o paciente.
Dependendo do caso, o médico pode realizar a síntese com parafusos e placas, utilizar fixadores externos, hastes intramedulares, enxerto ósseo, terapia de onda de choque, entre outros. Por essa razão, é fundamental contar com a ajuda de um profissional de confiança para que o diagnóstico seja realizado de forma precisa e que seja possível intervir de acordo com as características e necessidades do paciente.
O planejamento cirúrgico é realizado com ajuda de exames de imagem para garantir os melhores resultados, como as radiografias panorâmicas e a escanometria.
Outro fator muito importante a ser considerado é a presença de infecção no local da pseudoartrose. As pseudoartroses infectadas que apresentam osteomielite crônica necessitam de uma abordagem de tratamento diferenciada.
Nesse caso, o médico pode realizar cirurgias em dois tempos ou proceder com a utilização de fixadores externos. Esses fixadores são utilizados para o alongamento ósseo da lesão garantindo que a estrutura alcance o tamanho desejado e o paciente retome a sua mobilidade.
Por essa razão, é muito importante que sejam realizados exames laboratoriais, ressonância magnética e cintilografia óssea para o diagnóstico de uma possível osteomielite aguda ou crônica.
Na maior parte dos casos é recomendada a realização de uma osteossíntese interna, utilizando hastes, placas ou parafusos para proceder com a fixação óssea.
No caso de atletas esse procedimento deve ser realizado considerando também a demanda e a carga sofrida pelo membro que foi afetado. Isso porque em determinados esportes, como a corrida de rua, existe uma necessidade ainda maior de uma consolidação adequada, visto que essa estrutura óssea sofrerá com impactos repetitivos após a recuperação do paciente.
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