A prática de atividades físicas é essencial para manter a saúde física e mental, além de melhorar a qualidade de vida de quem a pratica. Contudo, sempre que uma nova atividade for iniciada, é necessário tomar alguns cuidados para avaliar as condições físicas do corpo, e se ele está preparado para esses novos movimentos e sustentar a nova carga física trazida por essa nova rotina, como a avaliação isocinética do joelho, por exemplo. Uma das formas de se preparar é através do teste FMS – Functional Movement Screen (Avaliação Funcional do Movimento), uma avaliação onde o profissional cria um panorama completo dos movimentos, funções musculares, erros de movimentação, problemas de postura e outros aspectos, visando prevenir lesões futuras. Esse teste é muito utilizado por profissionais de Educação Física e Fisioterapia para avaliar o movimento funcional, proporcionar reabilitação, força e condicionamento.
O teste FMS ajuda a identificar desvios na postura e erros na movimentação que podem impactar negativamente na execução dos movimentos. Corrigindo essas alterações, é possível prevenir lesões em ligamentos, músculos e articulações.
Essa técnica foi desenvolvida na década de 1990, nos Estados Unidos, pelo fisioterapeuta Gray Cook e o preparador físico Lee Burton. Seus criadores partiram da ideia de que, para que o corpo obtenha todo o seu potencial, ele deve funcionar corretamente, em todas as suas capacidades e funções. Para isso, eles adotaram uma abordagem onde cada elemento do movimento é analisado de maneira individual, onde cada parte pode prejudicar o conjunto como um todo.
Através dessa avaliação, o profissional pode determinar quais são as principais deficiências no movimento, conhecer quais são as demandas e dificuldades do atleta. Com base nessas informações, é possível prescrever os exercícios necessários para atingir os objetivos do atleta, como ganho de massa magra, fortalecimento ou melhoria do desempenho dentro da prática esportiva.
Esse teste é muito utilizado para o planejamento de treinos de atletas profissionais e de alto desempenho, para que ele consiga alcançar a amplitude correta dos seus movimentos e entregar uma performance superior.
Como é feita o teste FMS?
Após uma avaliação completa sobre as condições de saúde do paciente, o avaliador aplica um teste para avaliar a estabilidade, a postura, a mobilidade e a qualidade dos movimentos realizados. Dessa forma, são identificados os pontos de melhoria, melhorando a performance e evitando lesões futuras.
Com base no histórico médico, o paciente é submetido a uma série de exercícios de movimentos padrões, que são os seguintes:
1. agachamento profundo;
2. passo sobre a barreira;
3. avanço em linha ou afundo;
4. elevação da perna estendida;
5. mobilidade dos ombros;
6. flexão dos braços com estabilidade do tronco
7. estabilidade rotacional.
Para ter uma noção mais profunda da capacidade física e motora do atleta, alguns aspectos devem ser observados em cada um dos testes realizados:
• estabilidade da lombar, core, pelve, joelhos e arco plantar;
• mobilidade glenoumeral, torácica, quadril e do tornozelo;
• dissociação de quadril;
• flexibilidade muscular e dinâmica;
• capacidade de equilíbrio;
• ativação muscular;
• concentração e qualidade da postura;
• amplitude dos movimentos.
Cada um desses aspectos é avaliado dentro de um ranking de 0 a 3 pontos, que são determinados de acordo com a qualidade do movimento e a facilidade que o avaliado realiza o exercício. Com as informações obtidas, o avaliador consegue estabelecer um plano de exercícios específico, voltado para um melhor rendimento e prevenindo lesões decorrentes de movimentos incorretos.
É importante também refazer a avaliação FMS após um período de testes para identificar possíveis melhorias e avaliar os resultados obtidos. Se necessário, o avaliador pode implementar ajustes no plano de exercícios e garantir resultados ainda melhores.
FMS não é a mesma coisa que Avaliação Física
Muitos atletas acreditam que o teste FMS é a mesma coisa que a avaliação física convencional, que é muito realizada em academias, por exemplo. Porém, existem diferenças vitais entre esses dois processos, que apresentam propostas diferentes.
A avaliação física engloba as medições antropométricas (estatura, peso, Índice de Massa Corporal) e realiza a análise da postura, da diferença entre os membros, desvios de coluna, problemas na pisada, cirurgias, flexibilidade e bioimpedância. Com base nessas informações, o profissional consegue criar um plano de exercícios específico para as necessidades do aluno.
Embora a avaliação funcional também colha esses dados, o seu maior objetivo é saber como o corpo realiza determinado movimento e identificar as possíveis irregularidades e dificuldades que ele possa apresentar. Essa análise busca demonstrar o comportamento do corpo e como ele reage a determinados estímulos.
Por entregar um planejamento embasado em informações mais aprofundadas sobre o corpo, a FMS garante resultados superiores, potencializando os ganhos e minimizando os riscos. Dessa forma, o indivíduo consegue alcançar as suas metas de maneira mais assertiva, evitando lesões em potencial.
Dentre os principais objetivos do FMS, podemos mencionar:
• Identificar os riscos de lesões e problemas provenientes dos movimentos incorretos;
• Analisar quais são as limitações do corpo durante a realização dos movimentos, e se ele apresenta erros, desequilíbrios musculares e assimetrias;
• Estabelecer uma base do movimento funcional para a realização de exercícios;
• Traçar estratégias voltadas para a correção das falhas no movimento e estabelecer quais são os movimentos adequados para cada caso;
• Realizar o acompanhamento dos progressos e resultados e implementar mudanças quando necessário.
É importante que o FMS seja realizada por um profissional qualificado e experiente, capaz de identificar e avaliar os movimentos realizados com assertividade e segurança. Com isso, é possível estabelecer um planejamento específico para cada caso e trazer resultados cada vez mais positivos.
