A maioria das pessoas já ouviu falar em Hérnia de Disco, seja por um familiar ou conhecido que sofre da condição, ou por algum conteúdo divulgado pela mídia. Por ser localizada em uma região com uma menor mobilidade, a hérnia de disco cervical é menos comum que as que acometem outras partes da coluna, mas ainda assim, pode causar um grande desconforto aos pacientes.
A coluna vertebral é uma estrutura muito complexa, que é dividida em três segmentos: cervical, lombar e dorsal. A porção localizada na região do pescoço é chamada de coluna cervical, e é responsável pela sustentação do nosso crânio e os movimentos realizados pela cabeça. Embora seja dividida em segmentos, a coluna apresenta uma estrutura semelhante em sua extensão, com cilindros ósseos e discos fibrosos responsáveis pela separação dessas estruturas e pelo amortecimento de impactos.
Quando ocorre um desgaste, ou o conteúdo gelatinoso desses discos se desloca para a parte externa da estrutura, ocorre o que chamamos de hérnia de disco. Na área do pescoço, a condição é conhecida como hérnia de disco cervical. O principal sintoma é a dor, que pode se estender para além do pescoço, atingindo braços e mãos.
A hérnia de disco cervical
Como vimos, os discos responsáveis pela absorção de impacto podem se abrir, forçando o líquido interno em direção aos nervos da coluna. Como a coluna é uma estrutura complexa, composta de nervos, músculos, ligamentos, ossos e articulações, é uma região rica em terminações nervosas, que podem detectar processos dolorosos com facilidade.
Os discos intervertebrais possuem um centro macio e cartilaginoso, que é protegido por um revestimento rígido. Eles criam uma junta entre cada uma das estruturas ósseas da coluna para garantir a movimentação e a proteger dos impactos desses movimentos, mas eles podem se romper e causar a Hérnia de Disco.
Com o passar do tempo, essas estruturas acabam envelhecendo, ficando menos flexíveis e elásticos, fazendo com que eles estejam mais suscetíveis à rompimentos. No caso da Hérnia de disco, ela pode ocorrer de duas formas:
• Radiculopatia: quando os nervos espinhais próximos;
• Mielopatia: quando a medula espinhal é pressionada.
As hérnias de disco podem ser classificadas em quatro tipos:
• Abaulamento discal: quando o disco é minimamente deformado;
• Protusão discal: quando acontece uma deformação maior do anel fibroso, mas ele permanece íntegro;
• Extrusão discal: nessa lesão há a ruptura do anel externo e vazamento da porção interna do disco;
• Sequestro: ocorre do mesmo modo que a extrusão discal, mas há a presença de um fragmento do disco.
Quais os sintomas da Hérnia de Disco Cervical?
A Hérnia de Disco Cervical pode causar dores intensas na região do pescoço, dores irradiantes para os ombros e braços, além de formigamento nos braços e mãos. Essa dor pode ser um leve incômodo, mas também pode ocorrer de forma debilitante. Tudo pode variar de acordo com cada caso específico.
O envelhecimento natural das estruturas presentes na coluna cervical pode ser um fator de risco para a hérnia de disco, devido ao desgaste generalizado que acontece com o passar do tempo. Lesões por esforço repetitivo, sobrecarga e acidentes, também podem aumentar a chance de desenvolver essa lesão.
Diagnóstico e Tratamento
Para que seja identificada a hérnia de disco, o médico ortopedista realizará um extenso exame físico da coluna e dos membros, examinando a flexibilidade e a amplitude dos movimentos que sao realizados. Além disso, podem ser solicitados exames de imagem pra identificar a lesão e a sua gravidade, como Raio- X e Ressonância Magnética.
Abordagens no tratamento da Hérnia de Disco Cervical
Apesar de muitas vezes serem reflexo de um processo de desgaste natural, inerente ao envelhecimento do nosso corpo, as Hérnias de Disco podem causa muita dor e precisam ser devidamente tratadas para que o quadro não acabe se agravando. Veja a seguir as principais abordagens médicas para o tratamento dessa lesão:
Tratamento conservador
Esse é o tratamento mais utilizado na atualidade, e envolve diversos fatores como:
• Observação: em alguns casos, a hérnia de disco é descoberta por acaso, mas não apresenta sintomas e não apresenta impacto na vida do paciente. Nesse caso não há a necessidade de tratamento, mas a lesão é observada para que não evolua.
• Medicação: a medicação é aplicada na fase aguda, para controlar a dor causada pela hérnia de disco cervical. Podem ser prescritos analgésicos (simples e opioides, dependendo do caso); anti-inflamatórios (sem hormônios); corticosteroides, e outros.
• Fisioterapia: o tratamento fisioterápico é essencial para o controle da dor e manutenção da mobilidade da região. Além de analgesia, esse processo busca reduzir a compressão neural, estabilização e o fortalecimento dos músculos.
• Infiltração: esse procedimento é indicado para aliviar as dores crônicas decorrentes da hérnia de disco. A solução anti-inflamatória é composta de corticosteroides e agentes anestésicos, que contribuem para o alivio da dor e para a reabilitação do paciente.
• Intervenção cirúrgica: a grande maioria dos casos de hérnia de disco pode ser resolvida ou acompanhada por uma abordagem conservadora. Contudo, quando não houver alívio dos sintomas, ou caso haja piora nas funções neurológicas, pode ser realizada uma cirurgia para reduzir a compressão na região.
