Logo Instituto Reaction

Artigos

Como é feito o tratamento de impacto femoroacetabular?

impacto femoroacetabular

A artrose, também conhecida como desgaste do quadril, é uma das patologias mais recorrentes na região do quadril, que pode causar muita dor e incapacidade nos pacientes, e essa condição está diretamente relacionada ao Impacto Femoroacetabular. Por décadas, a maioria dos casos de artrose no quadril era considerada idiopática (quando não há uma causa aparente), mas estudo demonstraram que o IFA (Impacto Femoroacetabular) pode ser um dos maiores responsáveis por essa patologia.

De forma simplificada, o Impacto femoroacetabular se refere ao contato entre o acetábulo e o fêmur de maneira muito precoce. Normalmente, com os movimentos diários realizados pelo quadril, esse contato não acontece de maneira bruta. É necessário que se apresente alguma alteração anatômica sugestivas de Impacto Femoroacetabular.

Dessa forma, há uma projeção óssea ao longo da borda do acetábulo ou no colo do fêmur, fazendo com que o impacto nessa articulação seja anormal, tanto em movimentos do dia a dia, quanto em atividades físicas que exijam movimentos de grande amplitude, como artes maciais, ballet e outros.

Tipos de Impacto Femoroacetabular

Essa lesão pode ser caracterizada de três formas diferentes:

Tipo PINCER

Esse impacto, que ocorre mais comumente em mulheres, é caracterizado por uma deformidade no acetábulo, com uma proeminência na parte anterior e superior da estrutura. Lesões cartilaginosas, apesar de consideradas secundárias, podem estar presentes. Acontece um aumento no revestimento ósseo da cabeça do fêmur por parte do acetábulo, o que pode causar uma limitação nos movimentos de adução, flexão e rotação interna da coxa.

Tipo CAM ou “Came”

Esse tipo de impacto é caracterizado por um aumento ósseo na região de transição entre a cabeça e o colo do fêmur, com uma protuberância semelhante a uma “lombada”. Esse impacto é mais comum entre pacientes do sexo masculino, e um dos principais causadores de lesão cartilaginosa no quadril. Isso acontece pois a saliência óssea causa um atrito na parte interior da borda do acetábulo, lesionando a junção entre a cartilagem e lábrum (cartilagem que reveste o acetábulo).

Tipo Misto

Essa é a forma mais comum de lesão, sendo responsável por mais de 80% dos casos de Impacto Femoroacetabular. Nesses casos, paciente apresenta o impacto tanto do tipo CAM, quanto do tipo PINCER no mesmo lado do quadril.

 

Quais os sintomas de IFA?

Embora haja alguns casos onde o paciente não apresente sintomas, a dor na virilha após longos períodos na posição sentada, ao entrar ou sair de um veículo, após praticar esportes ou atividades com flexão ampla do quadril, é uma das principais queixas. Essa dor é apontada como interna, na parte da frente do quadril, mas de difícil precisão. Em alguns casos, a dor pode irradiar para a parte posterior e lateral do quadril.

O que pode parecer uma “falta de alongamento” dessa articulação, pode ser, na verdade, um bloqueio causado pela anomalia óssea. Quando o paciente apresenta queixa de dor e limitação, a lesão é considerada como Síndrome do Impacto Femoroacetabular.

 

A Síndrome do Impacto Femoroacetabular

Também conhecida como SIFA, a Síndrome do Impacto Femoroacetabular, onde, além da presença de impacto tipo CAM ou PINCER nos exames de imagem, o paciente relata dor e redução da mobilidade, principalmente nos movimentos de rotação do quadril. Com o avanço da condição, outros sintomas também podem surgir, como:

  • Travamento do quadril;
  • Sensação de fisgadas;
  • Redução na amplitude de alguns movimentos, como o de rotação interna;
  • Mudanças no padrão de marcha;
  • Limitação funcional e para executar atividades físicas.

O tratamento da Síndrome do Impacto Femoroacetabular

Existem duas principais abordagens no tratamento de SIFA: abordagem conservadora ou cirúrgica, que veremos a seguir.

Tratamento Conservador

Indicado para os casos onde há pequenas deformidades e lesões mínimas de lábrum ou cartilaginosas, esse tratamento faz uso de:

  • Medicamentos analgésicos e anti-inflamatórios;
  • Mudanças nos hábitos de vida;
  • Redução no volume de treino e impacto das atividades;

O principal objetivo da abordagem conservadora é trazer uma maior qualidade de vida através da reeducação do paciente. Dessa forma, ele poderá executar as atividades do dia-a-dia com menor impacto e maior absorção de cargas. Além disso, a reabilitação através da fisioterapia proporciona um maior fortalecimento muscular, melhoria do controle motor, e melhor distribuição do impacto.

Tratamento Cirúrgico

Essa abordagem é indicada para os casos onde o tratamento conservador não trouxe a redução da dor e nem a melhora nas limitações. Nesse caso, é feito o reparo ou suavização das lesões apresentadas, removendo a deformidade óssea da borda do acetábulo ou da cabeça do fêmur.

Na maioria dos casos, a cirurgia pode ser feita por artroscopia, que acessa a articulação através de pequenas incisões, sendo minimamente invasiva. A abordagem a ser aplicada vai depender de cada caso em específico, dos sintomas e da lesão apresentada.

A recuperação após a cirurgia é simples: o paciente costuma utilizar muletas de 4 a 8 semanas para poupar o membro lesionado, e após esse período, o tempo de carga parcial irá depender de quais os procedimentos realizados e quais foram as estruturas corrigidas. A fisioterapia é fundamental durante todo o período de recuperação para que sejam atingidos os resultados esperados.

O fortalecimento e reequilíbrio muscular são essenciais para garantir a retomada dos movimentos e a qualidade de vida do paciente.

Está gostando do contéudo? Compartilhe!