A reabilitação para cirurgias de ombro envolve uma combinação de técnicas específicas para uma recuperação progressiva e segura. A cirurgia de ombro, seja para correções de luxações, fraturas ou lesões do manguito rotador, é um procedimento que requer uma reabilitação cuidadosa para que o paciente restaure a mobilidade, força e funcionalidade da articulação.
Todo esse processo deve acontecer de acordo com as fases do paciente, conforme veremos a seguir:
Reabilitação para Cirurgias de Ombro Fase 1: Controle da Dor e Mobilidade Passiva
A primeira fase da reabilitação após uma cirurgia de ombro é focada no controle da dor e na preservação da mobilidade passiva dessa articulação. Nos primeiros dias após a intervenção cirúrgica, é comum que o ombro esteja imobilizado com o uso de uma tipoia, como forma de proteger a área operada e favorecer a cicatrização inicial.
Durante essa fase, os fisioterapeutas podem iniciar a introdução de exercícios leves de mobilidade passiva, onde o ombro é movido sem que o paciente faça esforço muscular ativo. O principal objetivo nessa fase é evitar a rigidez articular, que é muito comum após cirurgias, respeitando o tempo necessário para a cicatrização dos tecidos.
Movimentos como a elevação suave do braço e a rotação externa passiva podem ser introduzidos gradualmente, com o fisioterapeuta realizando os movimentos para que não haja sobrecarga. A dor nesse estágio pode ser gerenciada com a ajuda de compressas de gelo, medicações prescritas pelo médico responsável e técnicas de eletroterapia. O controle eficaz da dor permite que o paciente tolere melhor os exercícios e reduz o risco de complicações, como a síndrome do ombro congelado.
Reabilitação para Cirurgias de Ombro Fase 2: Introdução de Movimentos Ativos e Fortalecimento
Nessa fase intermediária, que geralmente acontece após algumas semanas de reabilitação, o foco passa a ser a introdução de movimentos ativos e o fortalecimento gradual da musculatura ao redor do ombro. Os exercícios ativos assistidos, onde o paciente começa a movimentar o braço com suporte parcial, podem ser incorporados juntamente com exercícios de alongamento para melhorar a amplitude de movimento.
O fortalecimento do manguito rotador e dos músculos estabilizadores do ombro é fundamental para garantir que a articulação retome a sua funcionalidade. Para isso, podem ser incluídos exercícios de resistência leve, como faixas elásticas ou pesos pequenos, para trabalhar a força muscular com segurança.
Nessa fase da recuperação, os movimentos ainda são controlados para que não haja estresse excessivo nos tecidos em cicatrização, mas já pode ser notado um aumento significativo na funcionalidade do ombro. Essa fase é fundamental para que o paciente recupere a confiança no uso dessa articulação. A orientação do fisioterapeuta é crucial para que os exercícios sejam realizados corretamente, evitando compensações e prevenindo a sobrecarga.
Reabilitação para Cirurgias de Ombro Fase 3: Reintegração Funcional e Resistência
A fase avançada da reabilitação após uma cirurgia de ombro é focada na recuperação da funcionalidade total e no aumento da resistência muscular. Nesse momento, o paciente já deve ter recuperado boa parte da sua amplitude de movimento e força, de forma que os exercícios são voltados para simular atividades do dia a dia, dependendo das demandas do paciente.
Exercícios como levantamento de pesos acima da cabeça, atividades que exigem maior coordenação e controle articular, e movimentos de rotação são incorporados ao programa de reabilitação. A resistência nesses exercícios aumenta gradativamente para promover o fortalecimento total da musculatura do ombro e evitar recidivas.
Durante essa fase da recuperação, o foco é preparar o paciente para retomar suas atividades normais e específicas com mais segurança. A avaliação funcional ajuda no ajuste do programa de exercícios conforme o progresso. Nesse ponto, a fisioterapia pode incluir treinamento de resistência avançado e coordenação para garantir uma recuperação mais completa.
Técnicas Complementares na Reabilitação
Além dos exercícios de fortalecimento e alongamento que mencionamos anteriormente, diversas técnicas complementares podem ser integradas à reabilitação do ombro. A terapia manual, por exemplo, conta com a ajuda de mobilizações articulares e alongamentos passivos para melhorar a mobilidade e aliviar tensões musculares.
A eletroterapia é outra técnica bastante implementada, utilizando correntes elétricas para estimular a musculatura e reduzir a inflamação e a dor. Aliado a isso, o uso de ultrassom terapêutico também ajuda na promoção da cicatrização dos tecidos e na melhoria da flexibilidade do ombro.
Uma terapia complementar muito benéfica para esses pacientes é a terapia aquática. Proporcionando um ambiente de baixo impacto para realizar exercícios de mobilidade e fortalecimento sem sobrecarga, essa abordagem pode ser muito útil durante a reabilitação, principalmente para os pacientes que encontram dificuldades na reabilitação em solo.
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Como é Feito o Retorno às Atividades?
O sucesso da reabilitação após uma cirurgia de ombro depende de vários fatores, incluindo o tipo de cirurgia realizada, o comprometimento do paciente e a gravidade da lesão. Em geral, a reabilitação costuma durar de 3 a 6 meses, com uma recuperação total da mobilidade e da força após esse período.
Os pacientes que seguem adequadamente as orientações dos profissionais de fisioterapia e mantêm uma rotina de exercícios adequada costumam ter melhores resultados. A maior parte dos pacientes consegue retomar suas atividades diárias, incluindo atividades físicas e esportivas, sem dor ou limitação.
Por essa razão, o acompanhamento contínuo é fundamental para evitar complicações a longo prazo e garantir a recuperação completa do paciente. Em alguns casos, pode ser necessário continuar com os exercícios de manutenção para garantir que o ombro permaneça funcional e saudável.
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