Você já ouviu falar em neuroma de Morton? Essa condição costuma causar dor na região do antepé por conta do espessamento do nervo interdigital plantar. Na maior parte dos casos, o neuroma de Morton está relacionado a um processo de sobrecarga ou microtraumas repetitivos ,que podem acontecer durante a prática esportiva ou até mesmo durante uma caminhada.
Essa condição atingem mais comumente mulheres por volta de 50 anos de idade, mas tambem pode afetar pessoas do sexo masculino. A proporção aproximada é de 1 homem para cada mulheres.
Quais são as causas do neuroma de Morton?
Existe um amplo debate quanto às causas desta condição ortopédica. Ela pode ser causada por:
Traumas crônicos repetitivos: durante uma caminhada comum, a energia é dissipada através da sola do pé. No caso de sobrecarga, o nervo plantar digital pode sofrer traumas repetitivos, o que causa a sua inflamação, espessamento e compressão. Isso é bastante comum em pessoas que utilizam sapatos de salto alto, bico fino, como o solado muito fino ou muito duro.
Compressão de tecidos: o ligamento transverso profundo une a cabeça do metatarsal à outra existente. Uma vez que o neuroma de Morton fica localizado entre as cabeças metatarsais e o ligamento, ele é comprimido durante os movimentos diários, causando dor.
Bursite intermetatarsal: existe uma porção localizada entre as cabeças dos metatarsos adjacentes e acima do ligamento transverso chamada bursa. O processo de sobrecarga mecânica pode gerar uma inflamação que, aumentado de volume, pode irritar o nervo interdigital plantar resultando em neuroma de Morton.
Quais são os sintomas dessa condição?
O principal sintoma relatado pelos pacientes com neuroma de Morton é a dor e desconforto na região da sola do pé, como se houvesse uma pedra no local. Essa dor pode irradiar para os dedos através do nervo interdigital plantar, causando formigamento, queimação e outros sintomas.
A utilização de sapatos inadequados, como salto alto, solado muito fino ou muito grosso e sapatos de bico fino pode piorar os sintomas, assim como atividades físicas de impacto.
Alguns pacientes também relatam a presença de deformidades e calosidades nos dedos que podem ou não estar relacionados ao neuroma de Morton. Por esse motivo, é importante verificar com o médico especialista qual o diagnóstico e o tratamento correto dessa condição.
Para determinar o diagnóstico, o médico vai realizar o exame físico e avaliar o histórico do paciente. Em alguns casos, é possível sentir o volume do nervo que está sendo afetado que pode ficar mais saltado, conhecido como sinal de mulder.
O exame de radiografia não mostra o neuroma de Morton, mas podem evidenciar algumas alterações no formato que podem levar a uma distribuição de carga inadequada e, por consequência, à irritação do nervo. Os exames ideais para um melhor diagnóstico desse neuroma é a ultrassonografia e a ressonância magnética. Esse último consegue entregar informações importantes como a qualidade dos ligamentos e das articulações e permite uma avaliação mais específica do espaço intermetatarsal.
Como é feito o tratamento?
O principal objetivo do tratamento é reduzir os sintomas, principalmente a dor. Para que isso seja possível, o médico pode estipular, inicialmente, o tratamento conservador, que inclui:
Modificação dos calçados para evitar a compressão e proporcionar uma distribuição de carga mais adequada;
Utilização de palmilhas específicas;
Infiltrações com corticóides;
Entre outros.
O tratamento cirúrgico é empregado quando o tratamento conservador não consegue atingir os objetivos e o paciente continua apresentando sintomas. Nesse caso, o médico especialista pode optar pela ressecção de neuroma de Morton. Embora esse procedimento permita ressecar totalmente o neuroma, a sensibilidade da região e do dedo pode ser perdida também.